Friday, 30 October 2009
Relatorio Goldstone: Nós não encontramos nenhuma evidência de que o Hamas usava civis como escudos humanos
Seis perguntas a Desmond Travers sobre o Relatório de Goldstone
Por Ken Silverstein
(tradução Ana Sofia Gomes, equipa Todos Por Gaza)
Desmond Travers foi um dos quatro membros da missão de investigação da Organização das Nações Unidas sobre a guerra contra Gaza, que resultou no controverso Relatório Goldstone. Travers é um coronel aposentado do Exército das Forças de Defesa da Irlanda. A sua último cargo foi como comandante do respectivo Colégio Militar. Ele também como comandante de diversas missões de paz da ONU e da União Europeia. Falei recentemente com Travers por telefone sobre o relatório. Esta entrevista foi editada para reduzi-la e clarificá-la.
1. Você ficou surpreso com as críticas ao relatório?
Houve uma série de críticas mesmo antes do relatório sair, principalmente contra indíviduos, e especialmente contra o juiz Richard Goldstone. Portanto, não fomos indevidamente surpreendidos pela condenação quando o relatório foi publicado, excepto em relação à intensidade e a agressividade dos ataques pessoais. O juiz Goldstone convidou publicamente os críticos, especialmente dentro do governo dos E.U., a apresentar provas materiais contra as declarações inexactas ou incorrectas. Mas não houve nenhuma crítica credível ao próprio relatório ou à informação estabelecida.
2. Douglas Griffiths, o representante americano no Conselho de Direitos Humanos, disse: "Enquanto o juiz Goldstone reconheceu os crimes do Hamas, ele não examinou suficientemente a dificuldades na resposta de Israel para enfrentar este tipo de inimigo neste ambiente." Isso é uma crítica justa?
Eu era um soldado de 42 anos e eu rejeito esta crítica, que parece destinada a desculpar a violação israelita das leis de guerra. Eu como um coronel aposentado do exército irlandês, em 2001, tendo servido em zonas de guerra em Chipre, Líbano, Bósnia e Croácia, e não subestimo o desafio do combate em áreas edificadas. No entanto, os exércitos nunca antes tiveram a capacidade tecnológica que têm hoje para fazer a guerra sem infligir danos colaterais.
3. Qual a sua opinião sobre a reacção dos EUA relativamente ao relatório?
A Administração Obama disse que Israel deve levar a cabo uma investigação sobre as suas acções, esta é uma declaração extremamente importante para os EUA fazerem. Na opinião desta missão, a mensagem central do relatório é que tem que haver um fim à impunidade de quem comete crimes de guerra.
4. Os críticos também disseram que o Hamas tem inserido deliberadamente os seus combatentes entre os civis e isso aumentou o número de vítimas civis. Vocês acham que é o caso?
Nós não encontramos nenhuma evidência de que o Hamas usava civis como escudos humanos. Eu esperava encontrar essa prova, mas não aconteceu. Também não foram encontradas evidências de que as mesquitas foram utilizadas para armazenar as munições. Essas acusações reflectem as percepções ocidentais de que o Islão é uma religião violenta. Gaza é densamente populada e tem um labirinto de barracos improvisados e um sistema de túneis e bunkers. Se eu fosse um terrorista do Hamas o último lugar em que guardaria as munições seria em uma mesquita. Não é seguro, é muito visível, e provavelmente seria um pré-alvo de vigilância israelita. Existem lugares muito melhores para guardar as munições. Nós investigavamos duas mesquitas destruídas, uma delas foi onde os fiéis foram mortos, e não encontramos nenhuma evidência de que foram usadas para outras coisas além de um lugar de adoração.
Existe uma noção sinistra e insensata entre certos defensores da guerra de insurgência que numa luta contra uma insurgência qualquer significa inevitavelmente que os civis serão mortos. Mas se você dá autoridade ao Estado para fazer uma indiscriminar as vidas de civis quando combat os insurgentes, isto favorece os insurgentes. Cadáveres são a água do moinho dos insurgentes: se os mortos estão do seu lado, representam uma vitória; se os mortos estão do lado deles, então eles são mártires.
5. Qual é sua opinião sobre a alegação das autoridades israelitas de que as IDF é o mais "moral" exército do mundo?
Dadas as táticas, as armas utilizadas e os ataques indiscriminados, penso que esta é uma alegação muito duvidosa.
6. Que outros assuntos acha que devem ser abordados?
Ficámos perturbados pela letalidade e toxicidade das armas usadas na Faixa de Gaza, algumas das quais estão nos arsenais do Ocidente desde a Guerra Fria, como as bombas do fósforo branco, que incineraram 14 pessoas, incluindo várias crianças num ataque; dardos pequenos que são concebidos para rolar ao entrar na carne humana causando o máximo de dano, são uma violação clara da Convenção de Genebra; os estilhaços de tungsténio são altamente cancerígenas pois contêm esta substância em pó. Existe também um cocktail de outras munições problemáticas suspeitas de terem sido utilizadas.
Há uma série de questões que precisam ser abordadas no período pós-conflito em Gaza. A terra está a morrer. Há depósitos tóxicos resultante do lançamento das munições. Há sérios problemas com a água, nomeadamente, o seu esgotamento e a sua contaminação. Há um nivel elevado de nitratos nos terranos agrícolas que são especialmente perigosos para as crianças. Se estas questões não forem abordadas, Gaza pode mesmo tornar-se num território não habitável segundo as normas da Organização Mundial da Saúde.
Prisioneiros palestinos – mais de 25 anos dentro dos cárceres israelenses
Por Baladi
Eles são treze Palestinos detidos por mais de um quarto de século pelos sionistas criminosos. Mais de 25 anos de prisão porque estes heróis decidiram lutar contra a cupação de seu país. Nas prisões da acupação, eles resistem à morte, à doença, à humilhação cotidiana. Estes heróis da Resistência Nacional palestina estão privados de suas famílias, que os esperam por mais de 25 anos.
Israel, Estado colonial e espoliador da terra, mar e do ar, espoliador da vida; recusa os libertar . O único meio de libertá-los, após a constatação da falta de consciência destes que são denominados “a comunidade internacional”, consiste em sequestrar os soldados sionistas para fazer a troca.
Por isso é importante que todos os homens e mulheres livres deste mundo ajam para reclamar suas libertações imediatas, recusando a lógica sionista que agita a chantagem de libertar alguns como “sinal de boa vontade” com a Autoridade Palestina de Mahamoud Abbas, como ocorreu há um ano, estes heróis se tornaram assim uma moeda de troca.
É importante que eles sejam libertados de cabeça erguida e com dignidade, como foram os prisioneiros libaneses, e entre eles, Samir al-Qintar, em julho de 2007.
Prisioneiros Palestinos há mais de 25 anos :
1) Na'il Abdallah al-Barghouty, da região de Ramallah, preso desde 4 de abril de 1978, solteiro, nascido em 1957.
2 ) Fakhri al-Barghouty, da região de Ramallah, preso desde 23 de junho de 1978, casado, nascido em 1954. (foto acima em Ramallah, em 20 de junho de 2009, para marcar o 30 aniversário de sua prisão).
3 ) Akram Abdel Aziz Mansour, de Qalqyliah, preso desde 2 de agosto de 1979, solteiro, nascido em 1962.
4 ) Fouad Qâsim al-Râzim, de al-Quds (Jerusalém), preso desde 30 de janeiro de 1981, solteiro, nascido em 1958.
5 ) Ibrahim Fadl Nimr Jâbir, de al-Khalil, preso desde 8 de janeiro de 1982, casado, nascido em 1954.
6 ) Hassan Ali Nimr Salma, de Ramallah, preso desde 8 de agosto de 1982, casado, nascido em 1958.
7 ) Uthman Ali Hamdan Muslih, de Nablus, preso desde 15 outubro de 1982, casado, nascido em 1952.
8) Sami Khalid Salameh Younis, de 'Ara (Palestina de 48), preso desde 5 de janeiro de 1983, casado, nascido 1932.
9) Karim Yousef Younis, de 'Ara (Palestina de 48), preso desde 6 de janeiro de 1983, solteiro, nascido em 1958.
10) Mahir Abdel-Latif Younes, de 'Ara (Palestina de 48) preso desde 20 de janeiro de 1983, solteiro, nascido em 1957.
11) Salim Ali al-Kayyal, de Gaza, preso desde 30 de maio de 1983, casado, nascido em 1952.
12) Hafiz Nimr Qindus, de Yafa (Palestina de 48), preso desde 15 de maio de 1984, solteiro, nascido em 1958.
13) Issa Nimr Abd Rabbo, de Dheysha, Beit Lahm (Belém), preso desde 21 de outubro de 1984, solteiro, 46 anos.
Thursday, 29 October 2009
Israel destrói tenda de protestos em Jerusalém
fonte: AP (fotos) e BBC e Estadao (Brasil)
Israel destrói tenda de protestos em Jerusalém
AE - Agencia Estado
A polícia chegou ao local no meio da manhã e destruiu a tenda, que nas últimas semanas foi foco de protestos contra a política israelense em Jerusalém Oriental, uma área de maioria árabe. Ativistas palestinos e estrangeiros reconstruíram a estrutura, mas a polícia retornou e a destruiu novamente.
A Prefeitura de Jerusalém disse ter recebido uma "denúncia anônima" sobre a tenda e que deu ao proprietário três dias para obter uma permissão formal para a estrutura. Caso contrário, a instalação seria destruída, o que de fato ocorreu.
Em agosto, a polícia retirou duas famílias - 53 pessoas, incluindo 29 menores - de suas casas, após a Suprema Corte de Israel atender a um pedido de uma associação de colonos pedindo as propriedades. Os despejos geraram condenação internacional, inclusive dos Estados Unidos, aliado mais próximo de Israel.
Discriminação
Israel também desafiou os pedidos internacionais para que pare de demolir residências palestinas construídas em Jerusalém Oriental sem permissões oficiais. Na terça-feira, autoridades israelenses derrubaram cinco casas na área. O chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, demonstrou preocupação com as demolições e pediu que Israel "pare com as medidas discriminatórias".
Os moradores árabes reclamam que é praticamente impossível obter permissões da municipalidade israelense para novas casas ou mesmo reformas em Jerusalém Oriental. Por essa razão há milhares de estruturas ilegais na área.
Wednesday, 28 October 2009
A POBREZA DE LIDERANÇA
(tradução Ana Cecilia Fonseca, equipa TPG)
A POBREZA DE LIDERANÇA
Osamah Khalil, The Electronic Intifada, 7 de Outubro de 2009
Legenda da imagem: Salam Fayyad, o “primeiro-ministro” nomeado da Autoridade Palestiniana e um favorito do governo americano e investidores, está a ser preparado para suceder ao Presidente Mahmoud Abbas.
Uma onda de censura surgiu quando o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (United Nations Human Rigths Council’s – UNHRC) adiou, a 2 de Outubro, o voto do relatório Goldstone, o qual acusa Israel de crimes de guerra aquando da invasão, durante o inverno, da Faixa de Gaza. O adiamento surgiu a pedido da Autoridade Palestiniana Ramallah (AP), pelo embaixador para as Nações Unidas em Genebra, Ibrahim Khraishi. Os palestinianos, a um nível global e ao longo do espectro político, Têm sido ultrajados não só quanto ao inacreditável acto de cobardia e inaptidão, mas também quanto a uma traição de maior ordem. Na verdade, em qualquer parte do mundo seria considerado equivalente a traição. Infelizmente e sem surpresas, é o que se passa na liderança de Mahmoud Abbas.
Enquanto as reacções de choque e raiva sobre as acções de Abbas são compreensíveis, ignora-se como se ele se tem comportado até à data. Na realidade, enterrar o relatório Goldstone representa o culminar de uma concertação e incompetência que data ao tempo da sua (breve) passagem pelo então recém-criado posto de primeiro-ministro em 2003.
Assim como o recente primeiro-ministro nomeado, Abbas demonstrou desprezo ao aparecer ao lado do então presidente dos E.U.A., George W. Bush, e do primeiro-ministro israelita Ariel Sharon, debitando um discurso que parecia ter sido escrito por um funcionário de baixo nível – funcionário do Departamento – com uma menção insignificante ao sofrimento palestiniano.
No entanto, este início catastrófico foi um destaque quando comparado com o seu mandato subsequente. Depois de ter sido ignorado por Bush e Sharon no seu primeiro ano de mandato, Abbas colaborou com os E.U.A. e Israel, numa tentativa de minar e derrubar o Hamas do governo eleito em 2006.
Após a tomada de poder do Hams em Gaza um ano depois, Abbas nada mais fez que aprovar o cerco de Israel, chegando ao ponto de instruir um embaixador da Autoridade Palestinana na ONU no sentido de bloquear uma tentativa por parte de Qatar e da Indonésia em obter uma resolução do Conselho de Segurança “expressando preocupação” com uma “crise humanitária pendente”. À medida que o cerco apertou, Abbas insultou o próprio povo de forma repetida, ridicularizando os seus esforços para romper o cerco, bem como as tentativas feitas por parte de activistas para chamar atenção para a sua situação e apelar à solidariedade internacional.
A julgar pelas suas repostas desastradas e inconsistentes dadas nos últimos dias, Abbas e os seus companheiros foram, claramente, apanhados de surpresa pela reacção ao adiamento. Depois de fazer o anúncio ridículo de que iria autorizar uma investigação sobre o que aconteceu no UNHRC, Abbas enviou o ministro dos negócios estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Riyad al-Maliki, a Nova York para participar numa reunião de mergência do Conselho de segurança das Nações Unidas que foi convocada a pedido da Líbia para a discussão do relatório Goldstone.
Independentemente do que acontecer no Conselho de Segurança, qualquer observador racional deve perguntar: que tipo de “presidente” é Mahmoud Abbas, e quem é que ele representa?
É aí que reside o busílis. O mandato de Abbas como presidente expirou a 9 de Janeiro, desde aí tem continuado a exercer o cargo com base em poderes extra-constitucionais para casos de emergência. Não é somente o imperador sem indumentária, também lhe falta a legitimidade. No entanto, possui uma guarda pretoriana recém-formada e equipada, cortesia de Washington e E.U.A. Lt., General William Dayton. A única finalidade dessa força é a de garantir a continuação de Abbas e o seu primeiro-ministro nomeado, Salam Fayyad, e portanto, também do partido Fatah.
Em demonstração durante a conferência da Fatah deste verão, a nova força de segurança demonstra que enquanto a agenda neoconservadora sobre a liberdade da administração Bush desapareceu, esta é substituída por uma agenda de repressão sob o pretexto da estabilidade e da “realpolitik”. Os palestinianos vão ter dificuldades em descobrir a diferença.
Seja ou não a tentativa desastrada de arquivar o relatório o ponto de viragem na continuação de Abbas, o processo de sucessão está em andamento há vários anos. No entanto, está a ser coordenado pelos E.U.A. e Israel e não é reflexo dos desejos e anseios do povo palestiniano. O provável sucessor de Abbas é Fayyad, quem, de alguma forma, consegue ser ainda menos inspirado e impopular.
No entanto, tal nunca se saberia tendo em conta a cobertura da imprensa bajuladora que recebeu nos media norte-americanos ao longo dos últimos meses, incluindo o The New York Times, Time Magazine e o The Los Angeles Times. Fayyad é o favorito não só entre os líderes americanos e europeus, mas também entre os investidores que beneficiam e garantem o estado permanente de dependência que define a indústria palestina.
Apesar dos elogios das diferentes facções e das reivindicações hiperbólicas de planificação efectiva de uma instituição de construção, o registo de Fayyad é extremamente leve tendo em conta as últimas conquistas. Sem sucesso eleitoral em que se possa apoiar, fica apenas com um “sucesso” verificável: introdução do depósito directo na Autoridade Palestiniana, em especial os serviços de segurança. Sem dúvida de que este foi um trabalho difícil, principalmente devido à oposição do falecido presidente Yasser Arafat. No entanto, o que nunca é discutido na imprensa é facto de os feitos individuais de Fayyad mal o qualificarem para ser ministro das finanças – a sua posição quando o depósito directo foi implementado – quanto mais como primeiro-ministro ou como presidente. Mas aqui não se trata de feitos ou qualificações, não será assim que a AP funciona.
Fayyad era um favorito da administração Bush, especialmente do ex-presidente, e até agora esse status foi mantido durante a administração Obama. Tanto a administração Bush como a de Obama têm manipulado cuidadosamente Abbas e Fayyad, garantindo a desconfiança mútua, a falta de competitividade e insegurança, a fim de manter uma liderança fraca e irresponsável em dívida para com os E.U.A. e Israel e não para com o povo palestiniano. Entretanto, os mesmos apoiantes do governo de Abbas e Fayyad, que nunca se cansaram de aclamar cada palavra de Bush e da ex-secretária de Estado, Condoleeza Rice, sem ter em conta se as suas políticas seriam destrutivas para os direitos dos palestinianos, já procuram outro campeão em esforços parcos na administração Obama. Uma vez mais, aos palestinianos é dito que outro presidente americano está a prestar “atenção” à sua “situação” e que está “concentrado” no processo de paz.
Tudo isto já foi dito antes, e a não ser que os palestinianos recuperem o seu movimento nacional, vamos voltar a ouvir o mesmo vezes sem conta. Os palestinianos e todos os que simpatizam com a sua causa terão de reconhecer que Abbas e o seu clã abandonará qualquer vantagem e minará qualquer iniciativa que ameace a sua posição, privilégios e riqueza que foram acumulando na sua estadia no poder. A AP não se irá dissolver mas atrapalhará e impedirá qualquer progresso ou esforço que ameace verdadeiramente a ocupação e o sistema de apartheid de Israel, de que são uma componente fundamental e beneficiários directos. Não importa o que activistas de sucesso em todo o mundo têm contra o apartheid de Israel e a ocupação, a AP apaga esses ganhos. Histórias de corrupção, incompetência ao mais alto nível da AP não são novidade e não são sequer chocantes.
A verdade é que, no entanto, os palestinianos permitiram que esta situação persistisse. O resultado é o facto de o governo de Abbas ter crescido de forma mais exponencial, e ser óbvia as sua colaboração com a ocupação, um facto completamente compreendido em Genebra a 2 de Outubro.
Os convites de demissão de Abbas estão há muito tempo ligados à questão de nunca se ter encontrado apto a ser presidente do povo palestiniano.
Da mesma forma, Salam Fayyad, demonstrou que é mais uma ferramenta à espera de ouvir o chamado do seu mestre para a ascensão no poder. Estes homens são, certamente, responsáveis pelo fiasco em Genebra, mas os palestinianos também se devem perguntar: quem mais é responsável? No fim de contas, o importante neste contexto não é só quem tomou e implementou esta decisão irresponsável, mas também os eleitos e nomeados para a liderança do povo palestiniano que estavam presentes e que no seu silêncio a deixaram passar em branco. Até à data, as censuras foram pesadas mas as demissões têm sido poucas, e algumas sendo no âmbito de um auto-serviço.
O que há para questionar ainda, é: onde estão os restantes? Na verdade, a medida para os palestinianos avaliarem os seus líderes tem agora de ser: o que faz quando Abbas arquiva o relatório Goldstone? Opõe-se? Ou permanece no silêncio? Quis agir? Ou foi conivente? Para aqueles que se dizem líderes e representantes é assim que o julgamento será dirigido – agora e pela História – que não restem dúvidas, existirá um acerto de contas e terá de ser feita uma escolha.
Ausente deste debate está o que aconteceu nessas três semanas em Gaza. Aproximadamente 1 500 palestinianos foram mortos, incluindo 109 mulheres e 320 crianças, e milhares forma feridos. Infra-estruturas básicas, casas, empresas e escolas foram destruídas e, por causa do cerco, ainda estão para ser reconstruídas. O uso de bombas de fósforo branco e bombas-dardo de forma indiscriminada e atingindo áreas civis, o uso de escudos humanos, a lista continua. Ao arquivar o relatório Goldstone, os E.U.A., Israel e a AP esperam também ver arquivados esses crimes. Com Gaza isolada e cercada, acreditam que as alegações de crimes de guerra israelitas serão ultrapassadas por outros acontecimentos e perdidas nos media.
Considerando a pobreza de liderança do regime de Abbas, cabe às pessoas conscientes apontar a falha e garantir que Gaza não é esquecida e que a AP, tal como a ocupação que serve, acaba no monte de cinzas da História.
Osamah Khalil é um doutorando em História dos E.U.A. e Médio Oriente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e um colaborador frequente da Intifada Electrónica. Poderá ser contactado em ofkhalil@gmail.com.
Israel, face à acusação do Conselho dos Direitos Humanos da ONU de ter violado o direito internacional, quer agora ganhar a opinião pública mundial.
( tradução:Maria Rodrigues, equipa TPG )
Israel, face à acusação do Conselho dos Direitos Humanos da ONU de ter violado o direito internacional, quer agora ganhar a opinião pública mundial.
A 20 de Outubro, Netanyahou pediu aos seus ministros que procurassem meios de lançar uma iniciativa internacional para mudar as leis da guerra, visando a luta contra o terrorismo, flagelo dos nossos dias.
“É lícito proclamar que as leis de guerra deveriam mudar, mas não é lícito violá-las enquanto elas não mudarem” declarou William Schabas, presidente do Instituto Internacional de Investigação Criminal.
Segundo o Jerusalém Post, na sua edição de 22 de Outubro, William Schabas declarou que o desejo de Binyamin Netanyahou de mudar as leis de guerra constitui “quase um reconhecimento de culpa”. O jornal sublinha que “desde a publicação do relatório Goldstone, no mês passado, o Estado hebreu é acusado oficialmente por um órgão da O.N.U. - o Conselho dos Direitos Humanos – de ter violado o direito internacional, tendo cometido crimes de guerra no decorrer da operação «Chumbo Endurecido», em Janeiro.
Ilustre professor e autor de trinta e duas obras sobre os Direitos Humanos, William Schabas vaticinou que há poucas possibilidades de apoio à iniciativa do primeiro ministro por parte da comunidade internacional. Na sua opinião, é irrealista considerar que a Convenção de Genebra não é um instrumento suficientemente eficaz na luta contra a ameaça terrorista.
“O facto de Israel ter atacado civis no decorrer da operação «Chumbo Endurecido» constitui uma transgressão às regras de uma moral muito antiga. Não se podem mudar essas regras, argumentando que o inimigo é cruel e vicioso” – disse ele. E acrescentou: “Se infringirmos as leis, o nosso comportamento será semelhante ao dos terroristas que combatemos”.
A 20 de Outubro, numa sessão do Conselho de Segurança da O.N.U. consagrada ao relatório Goldstone e às suas implicações, Netanyahou explicou que o desafio de Israel consiste, hoje, “em contrariar o esforço contínuo de deslegitimação do Estado de Israel”. “O mais importante combate que devemos travar é o da opinião pública, fundamental nos nossos países democráticos. Devemos continuar a combater a mentira propalada pelo relatório Goldstone”- afirmou.
CAPJPO-EuroPalestine
http://www.europalestine.com
Tuesday, 27 October 2009
A campanha belga obriga Dexia a anular os seus empréstimos aos colonatos israelitas
O grupo financeiro franco-belga Dexia anunciou que deixaria de financiar os colonatos israelitas nos territórios palestinianos ocupados pela sua filial israelita, Dexia Israel. Isto é o resultado de meses de campanha na Bélgica, levada a cabo por ONGs, partidos políticos, sindicatos e outros organismos.
A direcção da Dexia acabou por declarar que o financiamento dos colonatos israelitas é, evidentemente, contra o código de ética do banco e que portanto deixaria essa actividade.
Quando, em Outubro de 2008, grupos belgas de solidariedade descobriram que a Dexia não financiava apenas as municipalidades israelitas, mas também cedia empréstimos aos colonatos ilegais nos territórios palestinianos, iniciou-se uma enorme campanha na Bélgica. Foram lançadas petições, questionou-se deputados e organizou-se acções locais, com o apoio de municipalidades e províncias belgas. Esse apoio foi decisivo, pois as autoridades locais detêm um número importante de acções no Grupo Dexia.
Anistia Internacional: Israel corta a agua aos palestinianos
A Amnistia Internacional acusou Israel de estar a bloquear o acesso dos palestinianos ao mínimo essencial de água potável em toda a zona ocupada da Cisjordânia e também na Faixa de Gaza. A situação presente atingiu um “ponto de crise”, sublinha o grupo de defesa dos direitos humanos num relatório hoje divulgado e prontamente contestado pelas autoridades em Telavive.
fonte:BBC
Anistia acusa Israel de negar acesso à água potável aos palestinos
fonte: Al Jazeera
Israel 'cutting Palestinian water'
Amnesty said the water situation in the
Gaza Strip has reached a "crisis point"
Israel is denying Palestinians adequate access to clean, safe water while allowing almost unlimited supplies to Israeli settlers in the occupied West Bank, human rights group Amnesty International has said.
"Swimming pools, well-watered lawns and large irrigated farms in Israeli settlements... stand in stark contrast next to Palestinian villages whose inhabitants struggle even to meet their domestic water needs," the group said in a report released on Tuesday.
Amnesty said between 180,000 and 200,000 Palestinians in West Bank rural communities have no access to running water, while taps in other areas often run dry.
"Israel allows the Palestinians access to only a fraction of the shared water resources, which lie mostly in the occupied West Bank", Donatella Rovera, an Amnesty researcher, said.
Israel's daily water consumption per capita is four times higher than the 70 litre per person consumed in the West Bank and the Gaza Strip, according to the report entitled: Troubled waters - Palestinians denied fair access to water
Monday, 26 October 2009
Desde Palestina: Editorial del boletín nº 6. Palestina Hoy
Palestina sigue existiendo, quizás como desde siempre -al menos desde el siempre casi eterno que transcurre a partir de 1948..., es decir, desde hace todo el tiempo con miles de esperanzas frustradas- pero también siempre, cada día y cada minuto, hemos de seguir reivindicando y reafirmando su realidad viva que integra todas sus aspiraciones y sus sueños -los de todas las personas palestinas que vivieron, viven y vivirán-, sueños legítimos que han de cumplirse... Introducción/Descripción: Al ojear el encabezamiento de las noticias o de los artículos de opinión de la Revista, puede que caigamos en la tentación de creer que ya nos los conocemos, que son idénticos a los del mes pasado o a los que volvimos a leer y llorar hace mucho tiempo. Pero son nuevos y están cargados de lo más nuevo que existe: el futuro y la luz de la esperanza..., y no porque sea lo último que se pierde (son muchas las personas y organizaciones que la perdieron hace tiempo; como son muchas las relaciones y comportamientos que hace mucho dejaron de ser racionales y humanos, estén revestidos de palabras o de poder...).
Empezamos a hacer algo -¡nunca lo suficiente!- por Palestina en 1968 con las primeras personas que llegaron por aquí creyendo que pronto volverían a sus casas invadidas...,Desde entonces hemos recorrido varias veces todos los matices del sentimiento humano, incluido en algunos momentos la ilusión de que ya había llegado el tiempo de la justicia. Cada día -y es diario- que tenemos que revisar lo que hacemos, volvemos a revivir la infinidad de sentimientos, aspiraciones y frustraciones que hemos pasado en estos largos cuarenta años. Lo más difícil se nos hace cuando vemos gestos, decisiones, reacciones y explicaciones o silencios que incluso son contrarios a los que suponíamos -ingenuamente...- que irían en una línea distinta, contraria...; Es frecuente que ésto se nos produzca al contemplar las actuaciones de los decisores políticos, sean españoles, europeos, o de la Comunidad internacional...,o cuando creíamos que dado el poder decisivo de alguna gran potencia en el mantenimiento -y, por tanto, en la total responsabilidad y la posible solución- del conflicto, vemos cómo todo queda en imágenes convencionales que alargan y alargan hasta el infinito la desesperación humana y, con ella, la desconfianza absoluta de que existan posibilidades reales de acabar con el absurdo generado por uno de los errores históricos más grandes que, desde su implantación, no hace más que producir problemas, sufrimiento sinrazón, violencia, muerte... y amenazas mayores... reafirmando la creencia -y miedo- de que sí existe una maldición demiúrgica que va radicalmente en contra de la racionalidad del ser humano y de su libertad..., a pesar del Dios que fundamenta las tres religiones monoteistas que, con sus más o sus menos y sus manipulaciones, juegan en este campo...
Todo ello, vuelve a plantearnos el ya largo tema de qué actitud debemos tomar ante el Conflicto, sabiendo que el protagonismo directo no es nuestro. En realidad es la misma cuestión que deben resolver a diario cuantas personas están dentro de los territorios o en los campos de refugiados y aquellas organizaciones palestinas que siguen dudando cada día sobre cuál es lo más acertado y hasta qué punto deben jugarse la vida en ello... o seguir esperándolo todo hasta que los políticos lo solucionen (sabiendo que deberían hacerlo porque para eso se les paga...¿alguna vez, al menos en este caso, han aportado la solución...?).
golpes que não são pesados
'Light Blows'
Israeli prosecutors have defended their decision not to press charges against soldiers filmed beating Palestinians, arguing the victims were not seriously hurt. In August 2008, a number of Israeli border officers in occupied East Jerusalem al-Quds were caught on their own cell phone camera beating, abusing and humiliating Palestinian civilians. In one of the videos, a Palestinian is filmed twisting in pain after he is repeatedly struck in the stomach. A second Palestinian is shown being hit on the back of his neck by an officer who lifts his shirt and pulls down his trousers a few inches. In the second film, Israeli forces humiliate another Palestinian, by forcing him to salute and stand to attention a number of times. One of the officers refuses to return his papers until he is deemed to have carried out the salute correctly. Israel's deputy state prosecutor Shai Nitzan refused to act against the officers, saying their victims were struck with 'light blows that did not cause real damage'. (Reference for text: Press TV. Photo: Maan/file)
Sunday, 25 October 2009
Robert Bernstein: escudo humano para críticar Israel
Robert Bernstein: Human Shield for Criticism of Israel
By Max Kantar
Earlier this week the New York Times published an op-ed article, Rights Watchdog, ‘Lost in the Mideast’ written by Robert L. Bernstein, the founding chairman emeritus of Human Rights Watch.
The editorial amounts to one regurgitation of Israeli propaganda after another in an effort to delegitimize mainstream criticism of Israeli policies in the international human rights community. The timing of Bernstein's article is instructive; its publication in the New York Times comes on the heels of the release of the Goldstone Report as the intellectual apologists for Israeli crimes in the U.S. go into ultra-hysteria mode to save the already eroding image of their favorite client state. Bernstein decries HRW for its supposed anti-Israel bias and unleashes a tirade of familiar accusations routinely invoked by ‘supporters of Israel’ to deflect criticism of the Jewish state. To make the case that HRW--and presumably the international human rights community in general—has ‘lost critical perspective’ on Israel-Palestine, Bernstein cites six major points:
1) There is no "moral equivalency" between the "democratic and non-democratic worlds"
2) HRW spends more time criticizing Israel than it spends criticizing individual neighboring states
3) Hamas and Hezbollah use civilians as human shields and do not fight fairly
4) The government of Iran supports Hamas and Hezbollah and seeks to destroy the state of Israel and exterminate all Jews
5) Weapons are making their way into Gaza and Lebanon and might be used to strike Israel
6) Israel only commits wrongs in self-defense while Hamas and Hezbollah do so intentionally
These claims are all demonstrably false. What is interesting is that someone in Bernstein's position surely must be aware of this. In his analysis Bernstein wisely chooses not to inform his readers of the general political context surrounding Israel-Palestine--a point to which I will return. For the moment, let's have a look at Bernstein's primary talking points.
Moral Equivalency and the Democratic and Non-democratic Worlds
Bernstein begins by explaining that HRW in its birth originally "sought to draw a line between the democratic and non-democratic worlds in an effort to create clarity in human rights" in order "to pry open closed societies, advocate basic freedoms and support dissenters." More to the point, "we wanted to prevent the Soviet Union and its followers," Bernstein declared, "from playing a moral equivalence game with the West."
Bernstein's suggestion that there is no comparison between alleged human rights violations inside democratic states as opposed to abuses in authoritarian and undemocratic states seems to be, at face value, reasonable. However, the HRW reports of Israeli human rights violations are almost always (the exceptions being the wars in southern Lebanon) documentations of Israeli practices and policies in the occupied Palestinian territories where Palestinians most certainly do not live under the rule of a democratic state, but rather under the rule of a ruthless, foreign military occupation. Palestinians in the occupied territories (henceforth OPT) are systematically denied freedom of movement, assembly, and speech; they are routinely subjected to violence--often times lethal--at the hands of the IDF and paramilitary Jewish settlers, both of which act with virtual impunity and are totally unaccountable to the Palestinians. Jewish settlers living illegally in the occupied Palestinian territories enjoy all the rights and privileges that one would attribute to "the democratic world" while Palestinians in the same territorial entity essentially live under martial law, in what amounts plainly to an extremely violent military/police state. Palestinians have absolutely no rights and no say in the (Israeli) government and military that effectively rules over them. Bernstein's inference that documented Israeli human rights abuses take place in "the democratic world" is perhaps his most absurd and irresponsible assertion. By any standard of law and government the OPT is a part of--to use Bernstein's terminology--"the undemocratic world." Of course, the existence of systematic violations of human rights (like those attributed to Israel) proves that those being subjected to the abuses are not part of anything that could be even remotely called a "democracy."
Furthermore, it should be understood that empty and elite rhetorical concoctions like "moral equivalency" are simply terms of propaganda used to justify applying to official enemies standards one refuses to apply to favored states. Suggesting that favored states (Israel or the West in general) have an inherent moral superiority compared to disfavored states/parties is totally meaningless. It has been illustrated time and time again that the internal democratic character of a state does not necessarily inhibit it from committing gruesome atrocities outside of its official national boundaries. What difference does it make to the victims of state violence if the perpetrator has democratic institutions and provisions in its own national territory? The real issue at hand is Israel's human rights record, which leads us to the next point.
Why Does HRW Write More about Israel Than Other States in the Region?
To illustrate HRW's failures, Bernstein points to the fact that although "the region is populated by authoritarian regimes with appalling human rights records," (which it surely is) it is Israel who receives the most condemnations from HRW. The basis for Bernstein's objection to this fact (assuming that Israel does receive the most condemnations) is that Israel is a democracy--rationale that falls flat on its head when juxtaposed with the reality in the occupied Palestinian territories, as illustrated above.
That being said, perhaps Israel receives more attention from HRW than its neighbors because it does indeed have the worst human rights record in the region. For over forty years it has been a belligerent occupier, constantly threatening its neighbors and attacking them at will. Israel's savage repression of the primarily nonviolent first intifada in the OPT almost makes the recent crushing of the Iranian popular uprising look like a tea party. When one thinks of the thousands of home demolitions, the draconian siege, the multiple invasions of Lebanon, the constant atrocities and arbitrary killings, the "separation" wall, and the 300 children murdered in cold blood last winter, it is not difficult to conclude that Israel likely holds the regional title for "worst human rights record."
Moreover, why should Western human rights activists not focus on exposing Israeli practices in the OPT? I imagine that supporters of white supremacy in Apartheid South Africa decried what they saw as the overemphasis on South African human rights abuses as well. Like South Africa was, Israel is largely dependent on Western military, economic and diplomatic support which therefore warrants a corresponding degree of critical attention in light of the massive abuses. It is also widely recognized that Israel is imposing an apartheid regime on the Palestinians in the OPT, as alluded to above. Both Israel's leading human rights group and its leading newspaper (Ha’aretz) have acknowledged this much, as have Former President Jimmy Carter and countless South African anti-apartheid activists, including John Dugard and Desmond Tutu. Apartheid is considered to be a "crime against humanity" and warrants an international solidarity effort to overthrow it. Instead of complaining about the fact that rights groups are exposing Israeli crimes, Bernstein and his ideological cohorts should use their influence to help put an end to the abuses.
Human Shielding
In the most familiar accusation leveled against anyone Israel attacks, Bernstein desperately parrots the claims of Israel's state department, noting that Hamas and Hezbollah "use their own people as human shields." Unfortunately for Bernstein, the documentary record reveals that by in large, the accusations of the use of human shields on the part of Hamas and Hezbollah are false, or at best, unsubstantiated.
Taking the most recent conflict with Hezbollah in 2006, the US Army War College carried out a study on counterterrorism and guerilla warfare.Despite their heavy reliance on Israeli military contacts and interviews, the study discovered that there was no "systematic reporting of Hezbollah using civilians in the combat zone as shields" and "little or no meaningful intermingling of Hezbollah fighters and noncombatants."
An Amnesty International report on the 2006 Hezbollah-Israel war also concluded that no evidence existed that would suggest the use of civilian shielding on the part of Hezbollah. However, the study did find that Hezbollah officials "encouraged or assisted people who had been unable to leave their villages in south Lebanon to do so." As for Israel, Amnesty noted that convoys of fleeing civilians were deliberately attacked by Israeli forces as they attempted to evacuate the area.
Human Rights Watch also reached similar conclusions in its own analysis and report on the 2006 war noting that "available evidence indicates that in the vast majority of cases Hezbollah fighters left populated civilian areas as soon as the fighting started and fired the majority of their rockets from pre-prepared positions in largely unpopulated valleys and fields outside villages." They went on to report that "Hezbollah fighters had not mixed with the civilian population" and that "Hezbollah stored most of its rockets in bunkers and weapon storage facilities located in uninhabited fields and valleys."
During "Operation Cast Lead" Israel constantly accused Hamas of using civilians as human shields in an attempt to explain the massive civilian causalities it was inflicting on the people of Gaza. None of the independent reports to emerge since the assault on Gaza have found any evidence to substantiate Israel's claims. The Goldstone Report did however discover multiple cases of Israeli military forces and units using Palestinian civilians as human shields during "Operation Cast Lead" and dedicated twenty full pages to the chronicling of these abuses (pgs. 280-300). Israeli soldiers have also since came out and testified as to the IDF's use of Palestinian civilians as human shields in Breaking the Silence.
The Devil in Tehran
Bernstein cites Hamas and Hezbollah's relationship with the Iranian regime as yet another reason why HRW should sympathize with Israel. The Iranian regime seeks to destroy Israel and all of the world's Jews, Bernstein says.
Bernstein should know that Iran does not seek to destroy Israel anymore than it seeks to destroy itself. If Iran were to even contemplate an attack on Israel, the entire country would be flattened within moments by the United States, as everybody knows. I'm afraid that such statements on the part of Bernstein simply play into the hysteria conjured up by the US and Israel in service of American state power.
In fact, Iran has accepted the international consensus on resolving the Israel-Palestine conflict. Like every other Muslim state, it has endorsed the 2002 Arab Peace Initiative which calls for the establishment of a Palestinian state in the OPT alongside Israel in its pre June 1967 borders--precisely the international consensus on the conflict's resolution. If Iran seeks to "destroy" Israel, why would it endorse this mainstream peace plan which recognizes the right of Israel to live in peace and security in its internationally recognized borders? Let us not forget that it is Israel and the United States who have continued to threaten Iran with annihilation and obliteration. These threats are also violations of the UN Charter.
Lions and Tigers and Bears, Oh My!
Bernstein also warns that HRW "know[s] that more and better arms are flowing into both Gaza and Lebanon and are poised to strike again."
Israel has the fourth most powerful military in the world and a stockpile of nuclear weapons big enough to wipe Lebanon, Gaza, and Iran off of the face of the planet. Last winter Israel slaughtered 1,400 people while sustaining only 13 casualties of its own. The number of Palestinians killed by Israel in the first three minutes of "Operation Cast Lead" greatly exceeds the number of Israelis killed by Hamas in the previous six years.
Nevertheless it is Hamas and Hezbollah that we should be worried about, Bernstein tell us. While Israel starves the Gaza Strip into the Stone Age we are supposed to believe that Hamas fighters are developing serious deterrence capabilities. Putting aside the complete lunacy of Bernstein's false alarms, readers should keep in mind that the Hezbollah organization was established to resist the brutal Israeli occupation of southern Lebanon. Likewise Hamas was created for the same reason--to resist Israeli military occupation of their land.
In any event, it truly surpasses belief that these absurdities could be even be contemplated in a free society, let alone appear on the pages of the country's most prominent newspaper.
Self-Defense and Occupation
Implying that Israel acts with proportion and in self-defense and that the Palestinians are the aggressors, Bernstein declares that "there is a difference between wrongs committed in self-defense and those perpetrated intentionally." It takes true intellectual discipline to read these words without breaking into laughter--or tears. Israel is the military occupier and has been for over forty years. By definition, Israel is the aggressor. How can Israel claim to be defending itself while it is militarily occupying other people's lands? By any reasonable standard, one could not call what Israel does "self-defense."
And while Gaza is still considered "occupied territory" by all relevant observers, the illegal economic blockade is considered to be "an act of war" under international law. What are the Palestinians supposed to do? Does Israel have a moral ‘right’ to impose illegal collective punishment on the Palestinians in Gaza?
While no party is entitled to attack and target civilian populations, readers should not forget the root cause of Israel's conflict with the Palestinians, which is unending military occupation and colonization. Virtually the entire world--including both major Palestinian political groupings and every Arab and Muslim state--has accepted the principle of resolving the conflict peacefully via a full Israeli withdrawal from the occupied territories and the establishment of a Palestinian state in the West Bank and Gaza with East Jerusalem as its capital. It is Israel—backed by the United States--who refuses to accept these terms.
Until Robert Bernstein can come to terms with these basic facts, it is he--not Human Rights Watch--who is lost in the Mideast.
- Max Kantar is a Michigan based human rights activist and freelance writer. He contributed this article to PalestineChronicle.com. Contact him at: maxkantar@gmail.com
Porque eu interrompi Olmert
Why I disrupted Olmert
Ali Abunimah, The Electronic Intifada, 23 October 2009
Protesters demonstrated in the rain outside of the University of Chicago lecture hall where activists inside disrupted Olmert's speech, 15 October 2009. (Maureen Clare Murphy) |
If former Israeli Prime Minister Ehud Olmert had merely been a diplomat or an academic offering a controversial viewpoint, then interrupting his 15 October speech at University of Chicago's Mandel Hall would certainly have been an attempt to stifle debate (Noah Moskowitz, Meredyth Richards and Lee Solomon, "The importance of open dialogue," Chicago Maroon, 19 October 2009). Indeed, I experienced exactly such attempts when my own appearance at Mandel Hall last January, with Professor John Mearsheimer and Norman Finkelstein, was constantly interrupted by hecklers.
But confronting a political leader suspected of war crimes and crimes against humanity cannot be viewed the same way.
The report of the UN Fact Finding Mission on the Gaza Conflict last winter, headed by Judge Richard Goldstone, found that Israel engaged in willful, widespread and wanton destruction of civilian property and infrastructure, causing deliberate suffering to the civilian population. It found "that the incidents and patterns of events considered in the report are the result of deliberate planning and policy decisions" and that many may amount to "war crimes" and "crimes against humanity." If that proves true, then the individual with primary responsibility is Ehud Olmert, who, as prime minister and the top civilian commander of Israel's armed forces, was involved in virtually every aspect of planning and execution.
The killings of more than 3,000 Palestinians and Lebanese during Olmert's three years in office are not mere differences of opinion to be challenged with a polite question written on a pre-screened note card. They are crimes for which Olmert is accountable before international law and public opinion.
Israel, unlike Hamas (also accused of war crimes by Goldstone), completely refused to cooperate with the Goldstone Mission. Instead of accountability, Olmert is, obscenely, traveling around the United States offering justifications for these appalling crimes, collecting large speaking fees, and being feted as a "courageous" statesman.
In their 20 October email to the University of Chicago community, President Robert Zimmer and Provost Thomas Rosenbaum condemned the "disruptions" during Olmert's speech. "Any stifling of debate," they wrote, "runs counter to the primary values of the University of Chicago and to our long-standing position as an exemplar of academic freedom."
Was it in order to promote debate that the University insisted on pre-screening questions and imposed a recording ban for students and media? In the name of promoting debate, will the University now invite Hamas leader Khaled Meshal -- perhaps by video link -- to lecture on leadership to its students, and offer him a large honorarium? Can we soon expect Sudan's President Omar Bashir to make an appearance at Mandel Hall?
When I and others verbally confronted Olmert, we stood for academic freedom, human rights, and justice, especially for hundreds of thousands of students deprived of those same rights by Olmert's actions.
During Israel's attack on Gaza last winter, schools and universities were among the primary targets. According to the Goldstone report, Israeli military attacks destroyed or damaged at least 280 schools and kindergartens. In total, 164 pupils and 12 teachers were killed, and 454 pupils and five teachers injured.
After the bombing, Olmert and Israel continued their attack on academic freedom, blocking educational supplies from reaching Gaza. Textbooks, notebooks, stationery and computers are among the forbidden items. In September, Chris Gunness, spokesman for UNRWA, the UN agency for Palestine refugees, publicly appealed to Israel to lift its ban on books and other supplies from reaching Gaza's traumatized students.
Israel destroyed buildings at the Islamic University and other universities. According to the Goldstone report, these "were civilian, educational buildings and the Mission did not find any information about their use as a military facility or their contribution to a military effort that might have made them a legitimate target in the eyes of the Israeli armed forces."
Gaza's university students -- 60 percent of them women -- study all the things that students do at the University of Chicago. Their motivations, aspirations, and abilities are just as high, but their lives are suffocated by unimaginable violence, trauma, and Israel's blockade, itself a war crime. Olmert is the person who ordered these acts and must be held accountable.
Crimes against humanity are defined as "crimes that shock the conscience." When the institutions with the moral and legal responsibility to punish and prevent the crimes choose complicit silence -- or, worse, harbor a suspected war criminal, already on trial for corruption in Israel, and present him to students as a paragon of "leadership" -- then disobedience, if that is what it takes to break the silence, is an ethical duty. Instead of condemning them, the University should be proud that its students were among those who had the courage to stand up.
For the first time in recorded history, an Israeli prime minister was publicly confronted with the names of his victims. It was a symbolic crack in the wall of impunity and a foretaste of the public justice victims have a right to receive when Olmert is tried in a court of law.
Co-founder of The Electronic Intifada, Ali Abunimah is author of One Country: A Bold Proposal to End the Israeli-Palestinian Impasse. This article was originally published in the University of Chicago's Chicago Maroon newspaper and is republished with permission.