Uma declaração confirmando a retirada da Anistia Internacional
deste projeto já foi colocada no site da instituição
A Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural a Israel (PACBI) emitiu um comunicado, em 18 de agosto de 2009, anunciando que a Anistia Internacional não vai mais se envolver com concerto de Leonard Cohen em Tel Aviv, bem como não mais terá participação em qualquer fundo beneficente financiado por rendas deste show.
A Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural a Israel (PACBI) emitiu um comunicado, em 18 de agosto de 2009, anunciando que a Anistia Internacional não vai mais se envolver com concerto de Leonard Cohen em Tel Aviv, bem como não mais terá participação em qualquer fundo beneficente financiado por rendas deste show.
A notícia sobre a participação da Anistia Internacional na gestão de um fundo caritativo a ser criado a partir das rendas do concerto do astro canadense chegou a ser noticiada em vários meios de comunicação. Fato que causou estranheza e críticas por parte dos militantes da Campanha Palestina para o Boicote Acadêmico e Cultural de Israel (PACBI) e de grupos de Direitos Humanos e ativistas da causa palestina.
A desistência da participação da Anistia Internacional no projeto foi um duro golpe para Leonard Chen e seus agentes que ficaram sem a cobertura de uma organização de prestígio e respeitabilidade que serviria para jogar uma cortina de fumaça para as constantes violações do direito internacional e dos direitos humanos praticadas por Israel contra o povo dos territórios ocupados da Palestina.
Grupos em todo o mundo exerceram pressão para que a Anistia Internacional desistisse de participar da gestão de um fundo que está sendo criado a partir da renda do concerto de Leonard Cohen, planejado para setembro de 2009. Organizações não Governamentais Palestinas( PNGO) apelaram à AI para não apoiar essa iniciativa. A aldeia de Bilin na Cisjordânia fez um apelo semelhante. Uma campanha internacional de cerca de 1.000 cartas à Anistia apelou para a retirada da instituição do concerto de Cohen.
Até o grupo israelo-palestiniano “Combatentes pela Paz”, que seria beneficiário de verbas advindas do concerto, informou, por escrito, à campanha do boicote a Israel, em Nova York, que o grupo tinha decidido não aceitar quaisquer fundos a partir deste show.
Quando o cantor anunciou que iria realizar um concerto em Israel, começou a receber imediatamente cartas de britânicos, israelitas e de organizações palestinas e protestos em seus concertos em Nova Iorque, Boston, Otava e Belfast, entre outras cidades, exortando Cohen respeitar a chamada internacional para um boicote acadêmico cultural a Israel. Em resposta aos protestos, Cohen tinha tentado agendar um pequeno concerto em Ramallah para "equilibrar" o seu concerto em Israel. No entanto, os palestinos rejeitaram o concerto em Ramallah, insistindo em que Cohen deve primeiro cancelar seu show em Tel Aviv para ser saudado, em Ramallah.
De Leonard Cohen não se poderia esperar nada diferente. Este cantor, compositor, poeta e escritor canadense de fama internacional já fez uma série de shows gratuitos para soldados israelenses na guerra do Yom Kipur em 1973. O que de fato pareceu estranho nessa história foi o anúncio da participação da Anistia Internacional neste evento, permitindo que seu nome e seu prestígio fossem utilizados para minimizar as atrocidades de Israel e seu notório e condenado mundialmente desrespeito aos direitos humanos. Leonard Cohen escolheu um fim de carreira melancólico, cuja fama, de agora em diante, estará mais ligada ao fato de ser um artista que apóia um Estado que comete genocídio e desrespeita sistematicamente as leis internacionais. Felizmente, a Anistia Internacional acordou a tempo de manter seu nome limpo e respeitado.
Beth Monteiro
Fonte : Anistia Internacional
Intifada Eletrônica