Tuesday, 6 October 2009

Israel, cairá nos próximos cinco anos?

fonte:Palestine Chronicle (English)

Israel, cairá nos próximos cinco anos?


Por Jeff Gates

(Traducao: Ana Cecilia Fonseca da equipa Todos Por Gaza)

“O abaixo-assinado que se segue vem por este meio denunciar alguns factos importantes no que diz respeito a Begin e o seu partido; e no sentido de recomendar a todos os interessados o não apoio a esta mais recente manifestação de fascismo.” Albert Einstein, signatário das Cartas para o Editor, New York Times, a 4 de Dezembro de 1948.


Relatórios on-line de um estudo feito pela Agência Central de Inteligência dos E.UA. (U.S. Central Intelligence Agency) abordam a dúvida da sobrevivência de Israel para lá das próximas duas décadas. Mesmo sem ter em conta a validade dos relatórios, com a realidade conhecida sobre os custos em baixas humanas e no tesouro dos E.U.A., que a relação E.U.A.-Israel impôs aos E.U.A, seu aliado chave, pode levar à queda de Israel num prazo de cinco anos.

Por mais de seis décadas, o apoio americano dado a Israel baseou-se na capacidade de pró-israelitas dominarem os media americanos, permitindo a Tel Aviv colocar uma conotação positiva mesmo quando no referimos às acções mais extremas, incluindo o recente massacre ocorrido em Gaza. Com o acesso a cobertura noticiosa on-line, esse fundamentalismo sionista começa a revelar-se e os factos reais transparecem.

Apesar de os americanos raramente demonstrarem forte interesse nos assuntos estrangeiros, tal também está a mudar. Enquanto uns poucos ainda tentam perceber as subtilezas da discussão das propostas de um-estado versus dois-estados, muitos viram on-line o impacto do ataque assassino de Israel sobre civis palestinianos que foi agendado entre o Natal e a estreia de Barack Obama.

Os líderes da Comissão 9-11 fizeram saber que os seus membros não estariam autorizados a testemunhar sobre o impacto desse ataque. No entanto, o relatório confirmou que o motivo chave foi a relação E.U.A-Israel. Com acesso a notícias on-line, mais americanos questionam o porquê de serem forçados a apoiar um governo colonialista em regime de Apatheid.

Com a eleição de outro governo israelita extremista liderado por um partido de extrema direita robusto, será certo que Tel Aviv pretende esquecer a paz continuando a construir mais colónias. Com essa postura, Israel não só encosta Barack Obama à parede, como também força a segurança nacional americana a fazer uma decisão –chave estratégica: é Israel um parceiro credível para a paz? Sob qualquer critério, a resposta deve ser um sonante “Não”.

Essa conclusão inevitável deixa os americanos com poucas opções. No fim de contas, os E.U.A. são largamente responsáveis pela legitimação garantida a este enclave extremista em Maio de 1948 quando Harry Truman, um presidente cristão-sionista, estendeu o reconhecimento a nação-estado. Fê-lo com fortes objecções do Secretário de Estado George Marshall, a Junta de Chefes do Estado Maior, a incipiente CIA e a estrutura dos corpos diplomáticos americanos.

Em Dezembro de 1948, um contingente distinguido de cientistas e intelectuais judeus avisaram o The New York Times que tal volume de esforço para estabelecer um estado judeu suporta o “selo inconfundível de um partido fascista”. Albert Einstein fez parte desses judeus preocupados que advertiram os americanos “a não suportar esta mais recente manifestação de fascismo.”

Só nas última semanas é que têm surgido as condições para sujeitar Israel ao mesmo tipo de pressões externas que existiram para marcar posição contra a situação de Apartheid na África do Sul. Depois de mais de seis décadas de um comportamento consistente – e a clara evidência da intenção em não alterá-lo – activistas uniram-se em volta da necessidade em boicotar as exportações de Israel, descartar as firmas israelitas e impor sanções contra Israel e a todos aqueles com quem Israel se encontrasse aliado.

O principal ponto para a paz no Médio Oriente não deveria ser naquelas nações que não têm armas nucleares mas na única nação que as tem. Com a ausência de pressão externa, a situação comportamental d Israel não irá mudar. A ausência de pressão – assim como de força – por parte dos E.U.A., como a nação que permitiu e apoiou este comportamento vai permitir que o sionismo colonialista continue a apresentar-se como ameaça à paz.

Os poderes ocupantes não são conhecidos por renunciarem voluntariamente às terras que ocupam. Tal como no âmbito da sua prontidão em desistirem das armas nucleares. O assunto chave não precisa de continuar com um tema de debate sem fim. Deverá existir a solução de um-estado consistente com princípios democráticos e de plena igualdade. Americanos informados não continuam a desejar apoiar um estado teocrático no qual a plena cidadania é limitada àqueles que são considerados judeus (seja qual o significado que isso tenha). Se a estatística do nascimento local sugere um eventual fim do “estado judeu”, que assim seja.

Porquê esperar duas décadas quando este pesadelo pode desaparecer em menos de cinco anos? Esqueçamos o voltar às fronteiras de pré-1967, em vez disso, voltemos às fronteiras de pré-1948. Jerusalém designada como uma cidade internacional sob protecção das Nações Unidas e o envio de forças multi-nacionais para a manutenção da paz.

Os palestinianos devem ter o direito de regressar, incluindo o direito a recuperar propriedades que foram tomadas de assalto sob comando de judeus terroristas. Se os sionistas colonos quiserem compensações pelas suas propriedades é de procurar essa restituição na Diáspora que encorajou a sua ocupação ilegal. Aqueles que se consideram judeus poderão permanecer como parte de uma democracia inclusiva, ou também poderão partir. Os americanos devem ponderar relativamente à quantidade destes extremistas a que querem dar boas-vindas, numa nação que já se debate com um pesado fardo quanto à imigração. Um número de 500.000 de passaportes israelitas foi registado. Com mais de 300.000 cidadãos de dupla nacionalidade só a residir na Califórnia, este estado poderá requerer um referendo na matéria de decidir quantos sionistas está disposto a receber.

Da mesma forma podemos referir a Rússia, da qual muitos judeus airam, incluindo alguns 300.000 russos emigrados que apoiam o partido Likud mas que ainda não têm certificado de judeus.

Os sionistas viram, num primeiro plano, a Argentina e o Uganda como sítios desejáveis para o estabelecimento dos seus negócios. Poderão voltar a pensar em restabelecer-se lá. A questão do porque é que palestinianos (ou californianos) deverão suportar o custo de um problema criado por europeus há seis décadas atrás é uma das questões que Tel Aviv ainda não conseguiu responder, excepto quando insiste em citar reivindicações antigas que insistem em formar precedente sobre mais de dois milhões de residências de palestinianos.

Ao retirar o estatuto de legítimo estado a Israel, aqueles judeus muito chocados com o comportamento deste enclave extremista não poderão mais ser retratados como culpados por associação. Essa mudança há muito aguardada no estatuto é certa quanto ao benefeciar a ampla comunidade judia. Ao fechar programas de armas nucleares e destruindo o seu arsenal nuclear, o mundo pode ser poupado do impulso fundamental que dirige agora uma política de corrida ao armamento nuclear na região. A não ser que pró-israelitas possam criar outra crise induzindo uma invasão no Irão (ou uma guerra de raças).

Os americanos em breve se aperceberão que só um único estado tem os meios, motivação, oportunidade e estabilidade de nação-estado com inteligência necessária para fixar a inteligência que levou os E.U.A. a invadir o Iraque, consistente com os objectivos expansionistas do sionismo colonialista.

Os serviços de inteligência trabalham agora no caminho para a transparência que brevemente confirmará que, menos para os sionistas pertencentes ao governo dos E.U.A., o 11 de Setembro podia ter sido prevenido e a guerra no Iraque evitada.

Até à data, este extremismo foi legitimado por uma série de presidentes americanos fracos. Para os E.U.A. verem a sua credibilidade restituída é preciso não só que seja dirigido um esforço para fechar a empresa sionista mas também o partilhar de responsabilidade pelo comportamento que foi perpetuado.

Jeff Gates é um autor amplamente aclamado, advogado, banqueiro de investimento, mestre e consultor de governo, líderes empresariais e sindicais em todo o mundo. O último livro de Gates intitula-se de “Guilt by Association – How Deception and Self-Deceit Took America to War” (2008). Livros anteriores incluem títulos como: Rescuing Main Street From Wall Street’ e ‘The Ownership Solution: Toward a Shared Capitalism for the 21st Century’. Por duas décadas, foi conselheiro de decisores políticos em todo o mundo. Conselheiro para o Comité do Senado das Finanças americano (1980-87). Contribuiu com este artigo para o PalestineChronicle.com.


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