A alteração foi ordenada em 29 de Julho pelo Major General Gadi Shamni.
Enquanto a idade mínima para a responsabilidade criminal é de 12 anos, quer para israelitas, quer para palestinos, no âmbito do sistema de justiça israelita, uma pessoa é menor até aos 18 anos de idade, mas sob o sistema de justiça militar que vigora para os palestinos, nos territórios ocupados, uma pessoa é considerada menor apenas até aos 16 anos.
A Instrução Militar 132 sobre "julgar" delinquentes juvenis" enumera três categorias de menores: "Criança" com idade inferior a 12 anos; "Jovem" entre os 12 e os 14 anos, e "Jovens adulto" entre os 14 e os 16 anos.
De acordo com a legislação militar, não existe o estatuto da prescrição para delitos cometidos por palestinos, mesmo que o suspeito tenha cometido o crime quando ele ou ela eram menores.
Kuzmar afirmou já ter representado um jovem de 17 anos que estava a ser julgado por ter atirado um cocktail molotov quando tinha menos de doze anos.
Embora a nova Instrução introduza ostensivamente o estatuto da prescrição após o prazo de dois anos para delitos cometidos por menores, também permite que o acusador militar o possa revogar, o que "representa dar um grande poder" a quem é "juiz e parte", declarou Kuzmar.
Kuzmar, que tem defendido menores em tribunais militares israelitas há mais de 11 anos, disse que pela sua experiência, a acusação militar, como instrumento de uma potência ocupante, não deixa escapar uma oportunidade de julgar palestinos.
A Instrução também não altera como o tribunal formula as sentenças, que são estabelecidas com base na idade da pessoa no momento do julgamento, e não no momento do delito.
A Instrução Militar 132 estabelece que "os jovens" entre as idades de 12-14 anos, no momento da sentença podem ser condenados a penas de prisão não superiores a seis meses, enquanto os "jovens adultos", podem ser condenados a penas até um ano.
No entanto, a mesma Instrução abre uma excepção para "delitos puníveis com mais de cinco anos de prisão." Kuzmar diz que esta excepção abrange um amplo leque de delitos, incluindo apedrejamento (10 a 20 anos) e associação a uma organização proibida (10 anos).
O relatório "Backyard Trials" sobre tribunais militares realizado pelo Yesh Din, uma organização de apoio e assistência jurídica em 2007, afirma que extensas inspecções a esses tribunais têm mostrado que "na maioria das sessões documentadas, nem a acusação nem os juízes parecem ter dado especial consideração à idade dos réus. "
A Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança apela para que os seus signatários, incluindo Israel, definam os 18 anos como idade mínima para se ser responsabilizado criminalmente como adulto.
O relatório da Yesh Din constatou que a Instrução Militar 132 define o limite dos 18 anos, apenas na determinação de sanções financeiras ou condições para o pagamento de fiança. Ou seja os pais ou na sua falta os seus legais representantes são obrigados a pagar as multas ou a fiança para suspeitos menores de 18 anos.